SANTO EUSTÁQUIO E COMPANHEIROS (20/09)

SANTO EUSTÁQUIO E COMPANHEIROS, Mártires – Comemoração

Martírio e vida cristã – A Paixão de Santo Eustáquio relata que junto com sua esposa e dois filhos ele foi encerrado em um boi de bronze em brasa. Assim ganharam a palma do martírio. Se a história desta Paixão não foi preservada pelos historiadores, será bom que não esqueçamos a lição que São Cipriano nos dá a respeito do martírio:

“Deus não promete recompensas apenas a quem sofre o martírio, mas sim a quem mantém uma fé íntegra e pura. Pois bem, todo cristão que deixa o que possui para seguir Jesus Cristo merece um lugar entre os mártires. Lê-se no Apocalipse: Vi as almas daqueles que morreram por darem testemunho de Jesus e da palavra de Deus… e que não adoraram a besta, nem a sua imagem… e viveram e reinaram com Jesus Cristo. E diz que não só viverão e reinarão com Jesus Cristo aqueles que sofreram a morte, mas também todos aqueles que, permanecendo firmes na fé e preservando sempre o temor de Deus, não adoram a imagem da besta nem obedecem às suas ordens… Quem não trabalhará, então, com todas as suas forças para alcançar tão admirável glória e ser amigo de Deus e se alegrar com Jesus Cristo, ao deixar esta vida?”

“Esse é o tema que deve ocupar totalmente o nosso espírito. Aí temos o que temos para meditar noite e dia. Se um soldado de Cristo preparado com estes pensamentos elevados encontrar perseguição, um coração tão armado para o combate nunca será derrotado, e se Deus o retirar antecipadamente do mundo, uma fé tão bem preparada para o martírio não ficará sem recompensa; pois bem, Deus, que é um juiz justiceiro, não faz conta do tempo. Nos dias da perseguição, coroa a bravura; e durante a paz, recompensa a virtude e a boa vontade.”

Oração – Nossas provações, ó Mártires, ao lado das vossas são leves. Alcançai-nos o não burlar a confiança do Senhor se nos chama a padecer por ele neste mundo. A glória do céu custa isso. Como podemos triunfar com o Deus dos exércitos se não caminhamos ao lado da sua bandeira? Esta bandeira é a Cruz. A Igreja sabe disso e é por isso que nenhum sofrimento a assusta. Ela sabe muito bem que o Esposo está vigiando, mesmo que pareça dormir; conta com a proteção dos seus filhos já glorificados… Roma vos guarda com amor: vinga-vos da audácia do inferno e salva-a.

(GUERANGER, Dom Prospero. El Año Litúrgico: tomo V, ano 1954, pp. 453-455)