VISITAÇÃO DE NOSSA SENHORA (02/07)

VISITAÇÃO DE NOSSA SENHORA – 2ª classe
Na Anunciação, o Arcanjo São Gabriel disse à Mãe de Deus que sua prima Isabel havia concebido e estava no sexto mês de gravidez. Nossa Senhora, sem contar a ninguém sobre a mais alta dignidade a que fora elevada pela Encarnação do Verbo de Deus no seu ventre, saiu cheia de alegria e gratidão para felicitar a mãe do Baptista.
São Lucas diz: “Maria saiu apressadamente para uma cidade nas montanhas de Judá. E, entrando na casa de Zacarias, cumprimentou Isabel”. A Mãe de Deus foi visitar a prima porque a companhia dos verdadeiros servos de Deus é sempre benéfica, pois o exemplo do seu silêncio fortalece a vontade e ilustra a compreensão.
A viagem da Santíssima Virgem é um maravilhoso exemplo de humildade. Ela, que foi Mãe de Deus e foi elevada acima de todas as criaturas, longe de ter prazer vão na sua mais alta dignidade, vai humildemente visitar a mãe do servo do seu filho; o Redentor se digna ir até aquele que o precederia em sua carreira mortal.
Movida pela caridade, Maria não parou diante das dificuldades e dos perigos da viagem de Nazaré da Galiléia ao sul das montanhas da Judéia. Ao chegar à casa de Zacarias, entrou e cumprimentou Isabel. Ao ouvir a voz de Maria, Isabel recebeu a plenitude do Espírito Santo através da obra do Filho de sua prima. Imediatamente, o filho que ela carregava no ventre foi santificado e estremeceu de alegria.
Se Abraão e todos os profetas se alegraram simplesmente por prever o dia distante em que o Redentor viria ao mundo, não é de estranhar que João Batista tivesse estremecido de alegria no ventre da sua mãe, ao permanecer na sua presença. Naquele mesmo momento, o filho de Isabel foi purificado do pecado original e cheio da graça santificadora. Tornando-se profeta, ele adorou o Messias antes de nascer.
Isabel ficou cheia do Espírito Santo; à sua luz, compreendeu o mistério da Encarnação que se realizou em Maria e chamou-a bem-aventurada entre as mulheres; acima de tudo, chamou Bem-aventurado Aquele por cuja Encarnação Maria foi santificada e que era a fonte de todas as graças.
Isabel também exclamou: “Donde me vem a honra de que a Mãe do meu Senhor venha me visitar?” Isabel, que era estéril, concebeu por um milagre de Deus; mas Maria, que era virgem, concebeu pelo Espírito Santo. Isabel concebeu o maior dos profetas, mas Maria concebeu o Filho do Pai Eterno, Deus como Ele.
João Batista usaria expressões semelhantes quando Cristo foi pedir-lhe o batismo. Com a mesma humildade e confusão devemos receber todas as graças de Deus, especialmente a dos sacramentos.
Isabel chamou Maria de Mãe do seu Senhor, isto é, Mãe de Deus, e afirmou que as previsões dos profetas iriam se cumprir nela e no seu Filho.
Maria respondeu a estes louvores com as palavras do “Magnificat”, que constituem o mais perfeito agradecimento pela Encarnação do Filho de Deus e a mais bela prova da humildade da Virgem. No “Magnificat” Maria louva a Deus com todas as forças do seu ser e faz cair sobre Ele toda a glória.
(BUTLER Alban de, Vida de los Santos: vol. III, ano 1965, pp. 5-6)

