Oratório São José

SÃO RAIMUNDO NONATO (31/08)

Santo do dia

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SÃO RAIMUNDO NONATO, Confessor – 3ª classe

Festa da libertação – Agosto termina como começou, com uma festa de libertação: selo divino da Sabedoria eterna neste mês em que é consagrado. Como ela tomou a redenção do gênero humano como objeto de seus amores, seus privilegiados tiveram parte nesta grande obra: parte na obra, nas orações, no sofrimento, como foi a vida de Deus enquanto ele viveu em carne mortal; parte fértil, produzida à medida da associação que se digna admiti-los pelas suas renúncias misericordiosas. Pedro, com as suas correntes, promoveu a emancipação do mundo mais do que os conspiradores que se levantaram contra a tirania dos Césares; Raimundo Nonato e seus irmãos, carregando as correntes dos cativos, fizeram mais pela abolição da escravatura e pela extinção da barbárie do que todos os filósofos igualitários ou gritadores de liberdade.

As festividades de São Raimundo de Peñafort e São Pedro Nolasco já nos deram a oportunidade de testemunhar as origens da ilustre Ordem na qual Raimundo Nonato brilhou com tão notável brilho. Muito em breve, a sua augusta fundadora, Nossa Senhora das Mercês, dignar-se-á assistir à demonstração de gratidão do mundo por tantos benefícios.

Vida – São Raimundo Nonato nasceu, ao que parece, em Portel, na Catalunha, em 1204. A sua mãe morreu antes de lhe dar à luz, daí provém o seu nome de Nonato (non natus: não nascido), e o fato de ser padroeiro das mulheres grávidas.

Desde a infância professou uma terna devoção à Mãe de Deus que lhe apareceu e o convidou a ingressar na nova Ordem das Mercês, fundada para o resgate dos cativos. Enviado para a Argélia, resgatou muitos e, quando o dinheiro acabou, ele se entregou.

São Pedro Nolasco conseguiu libertá-lo e chamou-o para a Espanha; ele veio e foi nomeado cardeal pelo Papa Gregório IX. A simplicidade da sua vida não mudou nada e, durante a viagem a Roma, em 1240, faleceu perto de Barcelona. Embora o seu culto não tenha sido aprovado solenemente em Roma, o seu nome está inscrito no Martirológio.

LIBERDADE. — “Senhor, para resgatar os teus fiéis da escravidão dos maometanos tornaste admirável o zelo do bem-aventurado Ramón; Concede-nos, por sua intercessão, que, livres das amarras dos pecados, possamos praticar com toda a liberdade da alma o que te agrada.”

Liberdade! Este é, de facto, o grande dom que Deus concedeu aos homens e que Cristo lhes devolveu através da redenção no Calvário. O mundo é frequentemente enganado sobre a natureza da verdadeira liberdade. Ó grande Santo, antes de partir para libertar os cativos da Argélia, você teve muito cuidado para ser livre, mas com essa liberdade que os muçulmanos não puderam tirar de você, nem mesmo jogando-o em suas masmorras. Ensine-nos o que é essa liberdade e dê-nos o desejo sincero dela.

No mundo acredita-se que alguém é livre quando vagueia de um lugar para outro sem obstáculos de qualquer espécie, à mercê de todos os erros e de todas as paixões. E acontece que alguns chamam seus distúrbios de liberdade, da mesma forma, mais ou menos, como as crianças, que se acreditam livres quando, longe da casa dos pais, partem para a aventura. Liberdade imaginária, liberdade perdida, liberdade que se perde! Convence-nos intimamente, ó São Ramón, que a sujeição da vida cristã aceita com o único propósito de servir a Deus, longe de diminuir a nossa liberdade, a aperfeiçoa. Não se pode chamar liberdade de odiar o pecado, isto é, de poder tornar-se escravo das próprias paixões, dos próprios vícios, do mal. A primeira liberdade consiste em não pecar; a liberdade suprema, em não poder mais pecar. Esta é a liberdade do céu. Esta impossibilidade de pecar, que é a dos eleitos e também a de Deus, é ao mesmo tempo a condição da sua felicidade; Nossa Senhora, a Bem-Aventurada Virgem Maria, já o gozou deste mundo, cuja intercessão, juntamente com a sua, obtém esta graça para nós.

(GUERANGER, Dom Prospero. El Año Litúrgico: tomo V, ano 1954, pp. 312-315)

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