Oratório São José

SÃO JÚLIO I (12/04)

Santo do dia

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SÃO JÚLIO I, Papa

O Martirológio Romano menciona hoje São Júlio e diz que ele trabalhou arduamente pela fé católica contra os arianos. Ele era filho de um cidadão romano chamado Rústico; sucedeu ao Papa São Marcos no ano 337. No ano seguinte, Santo Atanásio, banido pelas intrigas dos arianos, regressou à sua sé em Alexandria; mas o bispo Eusébio de Nicomédia conseguiu introduzir um hierarca ariano ou semi-ariano no patriarcado, o que criou sérias dificuldades para Santo Atanásio.

A pedido dos apoiantes de Eusébio, o Papa Júlio convocou um concílio para esclarecer a situação, mas aqueles que solicitaram a reunião do concílio recusaram-se a comparecer. Contudo, a assembleia não deixou de examinar a fundo o caso de Santo Atanásio. Como resultado, o Papa escreveu uma carta aos bispos eusebianos do Oriente, um escrito que Tillémont descreve como “um dos maiores monumentos eclesiásticos da antiguidade” e Dom Batiffol descreve como “um modelo de equilíbrio, prudência e caridade”.

Nesta carta o Papa discute com grande serenidade e imparcialidade as acusações dos eusebianos e as refuta uma por uma. Por fim, ele explica como deveriam ter agido: “Não sabeis que existe o costume de nos escrever primeiro para que possamos fazer justiça? Entretanto, vós pretendeis que aprovemos uma condenação na qual não tivemos parte alguma. Isto é contrário aos preceitos de São Paulo e à tradição dos Padres e é uma maneira nova e estranha de proceder. Não vos ofendais por eu falar assim; o que escrevo, escrevo pensando no comum interesse e meu modo de ver coincide com a tradição recebida do Bem-aventurado Apóstolo Pedro”.

Em 342, os imperadores do Oriente e do Ocidente reuniram-se no Concílio de Sárdica (Sófia), que vindicou Santo Atanásio e ratificou o decreto de São Júlio, segundo o qual qualquer bispo deposto por um sínodo provincial tinha o direito de recorrer ao bispo de Roma. Apesar disso, Santo Atanásio só pode retornar a Alexandria no ano de 346. No caminho, parou em Roma, onde São Júlio o recebeu cordialmente e escreveu uma carta ao clero e aos fiéis de Alexandria, na qual os felicitou no regresso do seu bispo, falaram do acolhimento que lhe iriam dar e pediram a Deus que derramasse as suas bênçãos sobre eles e os seus filhos.

São Júlio construiu várias igrejas em Roma; entre outras, a Basílica Júlia (atual Igreja dos Doze Apóstolos) e a Basílica de São Valentim na Via Flaminia. O santo Pontífice faleceu em 12 de abril de 352. Foi sepultado primeiro no cemitério de Calepódio e depois transferido para a igreja de Santa Maria in Transtevere, que mandou ampliar e embelezar.

(BUTLER Alban de, Vida de los Santos: vol. II, ano 1965, pp. 74-75)

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