SANTOS VITO, MODESTO E CRESCÊNCIA (15/06)

SANTOS VITO, MODESTO E CRESCÊNCIA, Mártires – Comemoração
O culto destes três santos remonta a tempos muito antigos; os seus nomes aparecem no chamado martirológio de São Jerônimo, ou Hieronymianum, e pode-se presumir que foram três cristãos que deram a vida pela fé na província romana da Lucânia, no sul da Itália.
Na verdade, nada se sabe sobre sua história ou as circunstâncias de seu martírio; até a data de sua morte é muito incerta. Possivelmente, como afirma a tradição, eram nativos da Sicília, mas as suas legendas são fabulosas compilações que datam de tempos muito posteriores. Em 775, as supostas relíquias de São Vito foram levadas para Paris, e de lá foram transferidas para Corvey, na Saxônia, em 836.
Desde então, a veneração deste santo se espalhou tanto na Alemanha que seu nome foi incluído entre os Quatorze Santos Protetores e ele foi considerado um patrono especial dos epilépticos e dos afetados pela doença nervosa conhecida como “Dança de São Vito”; talvez por isso também seja considerado o protetor dos bailarinos e atores. Da mesma forma, foi invocado contra o perigo das tempestades, contra o sono excessivo, as mordidas de cães loucos e de cobras e contra todos os males que as feras podem causar aos homens. Consequentemente, ele é frequentemente representado acompanhado por algum animal.
A história contada pelas legrndas populares pode ser resumida da seguinte forma:
Vito era filho único de um senador siciliano, chamado Hylas. Entre os sete e os doze anos, ele se converteu ao cristianismo e foi batizado sem o consentimento dos pais. As inúmeras conversões que conseguiu e os milagres espetaculares que realizou chamaram a atenção de Valeriano, governador da Sicília, que conspirou com Hilas para forçar o menino a renunciar à sua fé. Mas nem a bajulação, nem as ameaças, nem mesmo o sofrimento físico quebraram a perseverança de Vito.
Sob o impulso da inspiração divina, ele fugiu de sua casa e da Sicília, junto com seu tutor Modesto e sua serva Crescência. Um anjo carregou com segurança o frágil barco em que fugiram até a costa da Lucânia; ali permaneceram algum tempo, ocupados em pregar o Evangelho à população local e sustentados pela comida que uma águia lhes trazia diariamente.
Depois caminharam para Roma, onde São Vito curou o filho do imperador Diocleciano, expulsando, em nome de Cristo, os espíritos malignos que o possuíam; mas como Vito e seus companheiros se recusaram terminantemente a oferecer sacrifícios aos deuses, as pessoas atribuíram seus poderes sobrenaturais à magia, apesar dos protestos dos cristãos, que afirmavam que eles vinham do único Deus verdadeiro.
A pedido da multidão, Vito foi imerso num caldeirão com chumbo derretido, alcatrão e resinas, de onde saiu ileso como se tivesse tomado banho em água doce. Então colocaram o jovem na jaula de um leão faminto que não fez nada além de lamber humildemente seus pés.
Determinados a acabar com Vito, os algozes o amarraram à grade de ferro, igualmente a Modesto e Crescência; eles espancaram seus membros até deslocá-los e estavam se preparando para matá-los com a espada, quando irrompeu uma furiosa tempestade que destruiu muitos templos de ídolos e matou muitos pagãos.
No meio da tempestade, um anjo desceu do céu e cortou as amarras que prendiam os três mártires ao suplício. O mesmo espírito celestial os tirou de Roma e os conduziu até a Lucânia, onde os três morreram pacificamente, exaustos pelos sofrimentos.
(BUTLER Alban de, Vida de los Santos: vol. II, ano 1965, pp. 547-543)

