Oratório São José

SANTOS TIBÚRCIO E SUSANA (11/08)

Santo do dia

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SANTOS TIBÚRCIO E SUSANA, Mártires – Comemoração

São Tibúrcio é famoso pelo epitáfio que lhe foi dedicado pelo Papa São Dâmaso, mas infelizmente a inscrição não inclui quaisquer detalhes biográficos.

Segundo a tradição, Tibúrcio era um subdiácono romano. Entregue aos perseguidores por um apóstata, compareceu perante o prefeito Fabiano. Graças à sua fé, saiu ileso das brasas sobre as quais foi forçado a caminhar. Mas os perseguidores atribuíram este milagre à magia e decapitaram o mártir na Via Labicana, a cinco quilómetros de Roma. Esses detalhes encontram-se nos “atos de São Sebastião, que não merecem nenhum crédito, mas não há dúvida de que São Tibúrcio foi realmente sepultado na Via Labicana, num lugar denominado “Os Dois Louros”, onde posteriormente foram sepultados construiu-se uma igreja.

A Igreja celebra junto com São Tibúrcio, Santa Susana, virgem e mártir.

Diz-se que ela era filha de um sábio pai chamado Gabino e sobrinha do Papa São Caio. Ela era tão charmosa quanto bonita e sua erudição se igualava à de seu pai. O imperador Diocleciano, que procurava uma esposa para seu enteado Maximiano, ouviu tantos elogios de Susana que mandou Cláudio, tio da jovem que trabalhava na corte, dizer a Gabino que queria casar Susana com Maximiano.

Mas, assim que Susana soube da honra com que o imperador a distinguia, declarou que era a esposa de Cristo e que não poderia aceitar outro marido. O tio Cláudio foi, porém, visitá-la e cumprimentou-a com um beijo e, vendo que Susana relutava em aceitá-lo, explicou-lhe que era um simples sinal de carinho. A jovem respondeu: “O que me enoja não é o beijo, mas a tua boca, profanada pelos sacrifícios aos ídolos”. Cláudio perguntou-lhe: “Como posso purificar a boca?” “Arrependa-se e receba o batismo”, foi a resposta.

A atitude de Susana em relação ao casamento com Maximiano impressionou tanto Cláudio que ele foi educado e recebeu o batismo, junto com sua esposa, Prepedigna, e seus dois filhos. Ele imediatamente libertou seus escravos e distribuiu suas propriedades entre os pobres. Quando Cláudio não regressou à corte, Diocleciano enviou o seu irmão Máximo, outro cortesão, para saber a resposta de Susana e perguntar sobre a saúde de Cláudio, que ele acreditava estar doente.

Máximo encontrou Cláudio muito consumido pelas penitências e informou-o da decisão de Susana. Os dois foram juntos visitar a jovem e, em seguida, discutiram o assunto com Gabino e com o Papa São Caio. Os quatro Irmãos compreenderam que não tinham o direito de separar Susana da sua vocação, apesar do perigo que isso representava para toda a família. Máximo também recebeu o batismo e distribuiu seus bens aos pobres.

Quando Diocleciano soube da decisão de Susana e da conversão dos dois irmãos, ficou furioso e deu permissão a um de seus favoritos, chamado Juliano, que queria se vingar deles, para prender todos os membros da família e fazer deles o que ele quisesse. Talvez temendo que Diocleciano se arrependesse, Juliano ordenou imediatamente que Máximo e Cláudio, bem como a esposa e os filhos deste último, fossem levados para Cumas, onde os queimou vivos e ordenou que as suas cinzas fossem atiradas ao mar. Santa Susana e seu pai foram decapitados em sua própria casa. O Martirológio Romano comemora São Cláudio e São Máximo no dia 18 de fevereiro e São Gabino no dia seguinte.

Aparentemente, a legenda é pura invenção, mas contém alguns elementos históricos bastante curiosos. Acredita-se que o primitivo Hieronymianum comemorou o triunfo de Santa Susana da seguinte forma: “Em Roma, nas ‘Duas Casas’, junto às termas de Diocleciano, o nascimento de Santa Susana ao céu”. Esses dados, tão breves, são confiáveis, mas deles provavelmente deriva a legenda das duas casas de Gabino e São Cláudio.

(BUTLER Alban de, Vida de los Santos: vol. III, ano 1965, pp. 302-303)

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