SANTO UBALDO (16/05)

SANTO UBALDO, Bispo e Confessor – 3ª classe
Felizmente temos uma excelente biografia de Santo Ubaldo Baldassini, bispo de Gubbio, escrita por Teobaldo, seu sucessor na sé. Ubaldo pertencia a uma família nobre de Gubbio. Ele ficou órfão muito jovem; seu tio, o bispo da cidade, ficou encarregado de educá-lo na escola da catedral. Ubaldo recebeu a ordenação sacerdotal ao concluir os estudos. Embora muito jovem, foi nomeado reitor da catedral para realizar a reforma dos cônegos, cuja existência dissipada era o escândalo da cidade. A tarefa não foi fácil, mas Ubaldo conseguiu convencer três dos cônegos a formar uma comunidade.
Para conhecer a vida comum dos cônegos regulares, Ubaldo foi passar três meses na comunidade que Pedro de Honestis fundara no território de Ravena. Ao retornar estabeleceu as mesmas regras em Gubbio e, logo, todo o capítulo as aceitou. Pouco depois, um incêndio consumiu a casa dos cônegos e Ubaldo aproveitou a oportunidade para se mudar para Fonte Avellano e consultar Pedro de Rimini, já que tinha a intenção de se retirar para a solidão. Mas o servo de Deus o fez ver que esta era uma tentação muito perigosa e o exortou a retornar à posição que Deus lhe havia designado para o bem dos outros.
Ubaldo regressou então a Gubbio e, sob a sua direção, o capítulo floresceu mais do que nunca. Em 1126, o santo foi eleito bispo de Perugia, mas escondeu-se para que os delegados da cidade não o encontrassem; ele foi imediatamente a Roma para implorar ao Papa Honório III que lhe permitisse recusar o cargo. O Papa concordou com o seu pedido, mas dois anos depois a sé de Gubbio ficou vaga e o próprio Pontífice aconselhou o clero a eleger Ubaldo.
O santo praticou todas as virtudes dignas de um sucessor dos Apóstolos, mas distinguiu-se, sobretudo, pela mansidão e pela paciência com que suportou os insultos e as afrontas, como se lhes fosse insensível. Numa ocasião, trabalhadores que reparavam as muralhas da cidade entraram na vinha de Santo Ubaldo e danificaram as plantas. Vendo isso, o santo implorou-lhes que procedessem com maior cuidado; mas o capataz, que provavelmente não o reconheceu, deu-lhe um empurrão, fazendo-o cair numa poça de argamassa.
Santo Ubaldo levantou-se coberto de lama e retirou-se sem dizer palavra; mas algumas testemunhas do incidente espalharam a notícia e a população pediu que o capataz fosse punido. A grande indignação popular estava prestes a realizar um castigo brutal contra o capataz, quando Santo Ubaldo compareceu ao tribunal e afirmou que, por se tratar de um delito cometido contra um membro do clero, o culpado deveria ser julgado pelo bispo. Em seguida, aproximou-se do acusado, deu-lhe o beijo da paz em sinal de reconciliação, rezou a Deus para que o perdoasse por isso e por todas as outras injúrias que havia cometido em sua vida e pediu ao juiz que libertasse o preso.
O santo defendeu repetidamente seu rebanho contra os perigos públicos. O imperador Frederico Barbaroxa saqueou Spoleto e ameaçava cair sobre Gubbio. Santo Ubaldo saiu ao encontro do imperador e fez com que ele desistisse de sua intenção. Durante os últimos dois anos de sua vida, o santo bispo teve uma série de doenças que lhe causaram grande sofrimento; mas ele suportou tudo com paciência heróica.
No dia da Páscoa de 1160, embora estivesse muito doente, levantou-se para celebrar Missa, pregou e abençoou o povo para que não se decepcionasse. Quando terminou, estava tão fraco que teve que ser carregado para a cama, de onde nunca mais se levantou. No dia de Pentecostes, toda a cidade de Gubbio desfilou pelo seu quarto para se despedir daquele que cada um considerava um pai. Santo Ubaldo morreu em 16 de maio de 1160.
As multidões que, vindas de longe, compareceram ao seu funeral testemunharam os inúmeros milagres que Deus realizou no seu túmulo.
(BUTLER Alban de, Vida de los Santos: vol. II, ano 1965, pp. 312-313)

