Oratório São José

SANTO ANTÔNIO DE SANTANA GALVÃO (25/10)

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SANTO ANTÔNIO DE SANTANA GALVÃO, Confessor, III classe

“Ele é um homem de paz e caridade.” Este julgamento a respeito do beato Antônio de Santa Ana (no mundo: Antônio Galvão de França), escrito em certa carta que o Colégio do Senado de São Paulo do Brasil enviou ao Ministro Provincial dos Franciscanos de Alcântara, demonstra a estima que possuiu entre as autoridades e o povo daquela cidade. E isto está de acordo com a verdade, pois o bem-aventurado homem de Deus foi um sábio conselheiro, pacificador de almas e famílias, um administrador beneficente da caridade cristã e dos mistérios divinos.

Este fiel discípulo de São Francisco de Assis nasceu no Brasil no ano de 1839, em uma cidade comumente chamada de Guaratinguetá, que então pertencia à diocese de São Sebastião do Rio, mas agora pertence à arquidiocese de São Paulo no Brasil.

Foi educado em família cristã e concluiu os estudos no colégio-seminário de Belém, confiado aos cuidados da Companhia de Jesus. Amadurecida a vocação religiosa, em 1860 ingressou no noviciado da Ordem dos Frades Menores Alcantarinos na localidade vulgarmente conhecida como Macacu, dentro dos limites do estado civil do Rio Janeiro. Por isso, desde os primeiros anos da sua vida consagrada, destacou-se com um grande desejo de santidade.

Em 1861 fez os votos religiosos e foi ordenado sacerdote no ano seguinte. Em seguida foi enviado ao Convento de São Francisco, na cidade de São Paulo, no Brasil, para completar sua formação. Ao mesmo tempo ajudou seus irmãos no trabalho apostólico. Mais tarde foi nomeado pregador, confessor e porteiro do convento. Exerceu diligentemente o seu ministério, com excelente cuidado, com o qual se dedicou à administração do Sacramento da Reconciliação.

Cooperando com sua penitente Irmã Helena Maria do Espírito Santo, fundou em 1874 uma casa comumente chamada de “Recolhimento de Nossa Senhora da Conceiçao da Luz da Divina Providência” (hoje Mosteiro da Luz), ou seja, uma comunidade de mulheres que, pelas leis civis então em vigor, não podiam ser chamados de votos religiosos, serviam a Deus em espírito de oração, penitência e pobreza, como se fossem consagradas. O Beato dedicou suas forças a este trabalho de moderação, para o qual conseguiu construir uma nova sede e uma igreja.

No ano de 1881 foi nomeado Mestre de Noviços na cidade de Macacu, mas o Bispo de São Paulo no Brasil não quis decepcionar seus fiéis pelos serviços que prestava constante e magnanimamente, razão pela qual Beato permaneceu em seu lugar. Foi muito estimado pelos Superiores que lhe confiaram importantes funções dentro da Ordem: Guardião, Comissário da Ordem Terceira Franciscana, Definidor, Visitador Geral. No ano de 1811 Sorocaba (no estado civil de São Paulo no Brasil) fundou o Retiro de Santa Clara.

Edificou os seus Irmãos e filhas espirituais pela sua própria moral, marcada pelo zeloso respeito pelos mandamentos do Senhor e pela Regra da sua Ordem, e pelo exercício constante e alegre de todas as virtudes. A fé, pela qual todas as suas ações foram moderadas, sustentou-o constantemente no seguimento do Divino Redentor.

Amando a Deus acima de tudo, desejou que todos os homens O conhecessem e O servissem, e por isso dedicou a sua vida ao intenso trabalho de evangelização e todas as suas energias para a conversão dos pecadores. Manifestou uma caridade especial pelos pobres e fracos e, através da sua intercessão, restaurou a paz a muitas famílias.

Confia firmemente na Divina Providência, desejando acima de todos os bens celestes. Alimentava a sua própria vida espiritual pela oração, pela devoção à Eucaristia, que adorava ardentemente, que celebrava com a maior devoção, à Virgem Maria, a quem se dedicou como “perpétuo filho e servo”. Além disso, na sua juventude jurou que defenderia sempre, mesmo com o sacrifício da sua vida, a verdade sobre a Imaculada Conceição da Bem-Aventurada Virgem Maria, que o Beato Pio IX declarou como dogma muitos anos depois.

Ele contava com a reputação de ser um conselheiro sábio e estimado, de modo que muitas pessoas o procuravam, mesmo de países distantes, em busca de sua orientação espiritual e conforto. Mostrou preocupação e sentido de justiça em muitos dos deveres que se comprometeu na Ordem e na comunidade governante que fundou. Com espírito zeloso e audacioso, ele se propôs a defender os direitos dos mais fracos. Verdadeiro seguidor de São Francisco de Assis, viveu sóbrio e simples no seu modo de vida, exercício marcante dos conselhos evangélicos.

Nos últimos anos da sua vida, não podendo realizar as viagens entre seu convento e o mosteiro da Luz por motivos de saúde, viveu com o consentimento dos Superiores ali no mosteiro, no quarto que ele mesmo construiu. Ele deu seu último suspiro lá em 23 de dezembro de 1822.

Devido à ampla fama de sua santidade, a causa de beatificação e canonização foi iniciada em 1938. Cumpridas as formalidades previstas na lei, São João Paulo II, declarou-o solenemente Beato no dia 25 de Outubro do ano de 1998, recebendo os títulos de “Homem da Paz e da Caridade” e de Patrono da Construção Civil no Brasil. Em seu processo de beatificação se encontram 27.800 graças documentadas, além de outros propriamente milagres.

Em 2007, ele foi canonizado por Bento XVI, tornando-se o primeiro santo brasileiro (não Mártir) que nasceu e morreu em nossa Terra de Santa Cruz.

Cf. Decreto de Beatificação, Bento XVI: AAS, vol. XCIX (2007), n. 9, páginas 769-772

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