Comemoração de São Paulo (30/06)

Os amigos da liturgia devem conhecer e estudar os escritos do grande Apóstolo. Paulo, chamado Saulo antes de sua conversão (Paulo é seu nome romanizado), nasceu em Tarso, na província romana da Cilícia (cerca de dois ou três anos antes do nascimento de Jesus).
Seus pais eram judeus, da tribo de Benjamim. Ele foi criado na doutrina restrita dos fariseus, tanto religiosa quanto nacional. Possuía o apreciável privilégio de ser cidadão romano. Esse privilégio lhe foi útil em diversas ocasiões. Quando jovem, foi a Jerusalém para estudar a fim de se tornar doutor da Lei. Seu mestre foi o famoso Gamaliel. Aprendeu o ofício de fabricante de tendas, que exerceu mesmo depois de se tornar apóstolo.
Na época do ministério público de Jesus, ele não estava mais em Jerusalém. Nunca viu o Senhor durante sua vida mortal. Ao retornar a Jerusalém, encontrou uma próspera comunidade cristã. Imediatamente se tornou seu adversário. E mesmo quando Estêvão atacou a Lei e o templo, desempenhou um papel de liderança em seu apedrejamento. A partir de então, esse homem apaixonado tornou-se o líder dos perseguidores dos cristãos.
O ápice de sua fúria persecutória foi a expedição a Damasco, que o levou à conversão (por volta de 34 d.C.) Após seu batismo e suas primeiras tentativas de pregação, ele foi para o deserto da Arábia (por volta de 34-37), onde se preparou para sua grande missão. Durante esse tempo, foi favorecido com grandes revelações e relações íntimas com Cristo. Retornando a Damasco, dedicou-se à pregação.
Os judeus tramaram sua morte, e ele escapou de seus planos apenas fugindo. Em seguida, foi a Jerusalém (primeira viagem) “para ver Pedro”. Barnabé o apresentou à comunidade cristã. O ódio dos judeus logo o forçou a fugir. Ele passou os anos seguintes (38-42) em Tarso. Foi lá que Barnabé foi buscá-lo e levá-lo à recém-fundada Igreja dos Gentios em Antioquia (42). Ambos trabalharam lá por um ano para evangelizar almas.
Em 44, Paulo fez sua segunda viagem a Jerusalém para levar esmolas para a comunidade necessitada. Após seu retorno, ele e Barnabé empreenderam a primeira viagem missionária (45-48). Passaram por Chipre e Panfília (Ásia Menor – cf. Atos 13-14).
O Concílio dos Apóstolos chamou Paulo a Jerusalém pela terceira vez (50). Fortalecido pelas decisões do Concílio, ele retomou sua missão aos pagãos com zelo renovado. Iniciou sua segunda viagem (51-53). Passou pela Ásia Menor e depois foi para a Europa: Filipos, Tessalônica (sua comunidade favorita), Bereia, Atenas e Corinto. Em Corinto, permaneceu por quase dois anos e fundou uma de suas comunidades mais importantes.
Em 54, foi o quarto rei em Jerusalém. Sua terceira viagem missionária o levou a Éfeso, onde trabalhou com sucesso por três anos. Depois de visitar as comunidades europeias, ele foi a Jerusalém pela quinta vez (Pentecostes, 58). Lá, foi preso e acusado pelos judeus de violar a Lei. Permaneceu em prisão preventiva em Cesareia por dois anos.
Finalmente, para evitar ser entregue aos judeus, apelou ao imperador e, em 60, embarcou para Roma. Após um naufrágio em Malta, chegou finalmente a Roma na primavera de 61. Permaneceu lá até 63, em um cativeiro bastante brando, vivendo em uma casa alugada. Seu apelo ao imperador terminou em absolvição.
Os últimos anos de sua vida foram ocupados por viagens missionárias à Espanha e às suas primeiras comunidades. Em 66, voltou a Roma pela segunda vez. Foi preso lá e, em 67, sofreu o martírio pela espada. Suas 14 Epístolas são um legado precioso para nós. Elas nos permitem penetrar nos segredos de sua grande alma. Ele é verdadeiramente “grande no reino dos céus”.

