Oratório São José

A QUARTA-FEIRA DA SEMANA SANTA

Ano Litúrgico - Dom Próspero Gueranger

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A QUARTA-FEIRA DA SEMANA SANTA

Ano Litúrgico – Dom Próspero Gueranger

A última reunião do Sinédrio – Hoje os príncipes dos sacerdotes e anciãos se reúnem em uma sala do templo para deliberar pela última vez sobre os meios para prender Jesus. Vários planos foram discutidos. Será sábio tomá-lo nestes dias da Páscoa, em que toda a cidade está cheia de estrangeiros que só conhecem a Jesus pela ovação de que foi submetido três dias antes? Não estão lá entre os habitantes de Jerusalém muitos que aplaudiram este triunfo? Não seria temer o seu entusiasmo cego por Jesus? Não, não se pode pensar, por enquanto, sobre essas medidas violentas, pois uma sedição poderia surgir durante a celebração da Páscoa. Seus promotores teriam facilmente se comprometido com Pôncio Pilatos e teriam de temer a fúria do povo. É preferível deixar a festa passar e procurar outro meio de apreender sem barulho a pessoa de Jesus.

Mas esses criminosos se iludiam ao querer retardar a morte do justo por vontade própria. Adiaram o assassinato, mas os planos divinos, que desde a eternidade prepararam um sacrifício para a salvação da raça humana, fixaram este sacrifício precisamente para esta festa da Páscoa, que anunciará a trombeta a toda a cidade amanhã. Por muito tempo foi oferecido o misterioso cordeiro como figura do verdadeiro: a Páscoa começará e as sombras desaparecerão diante da realidade. O sangue do Redentor, derramado pela mão dos pontífices cegos, será misturado com o das vítimas, que não mais se dignam a aceitar o Senhor. O sacerdócio judaico logo estará dando o golpe de misericórdia, imolando aquele que tem que abolir com seu sangue a antiga aliança e selar para sempre uma nova.

A traição – Mas como os inimigos tomaram posse do Salvador, da vítima que tanto buscam com desejos sanguinários, sem barulho e sem ruído? Eles não levaram em conta a traição. Um dos discípulos de Jesus pede para ser levado à sua presença, ele tem algo para propor-lhes: “O que me dareis, diz ele, para eu O entregar a vós?” Que alegria para aqueles desafortunados! São doutores da lei, e não se lembram do Salmo 108, no qual Davi previu em detalhes essa venda abominável; nem do oráculo de Jeremias, que até valoriza o preço do resgate dos justos em trinta moedas de prata. Essa mesma soma pede Judas aos inimigos de Jesus, eles o concedem na hora.

Tudo está organizado. Amanhã, Jesus irá a Jerusalém para celebrar a Páscoa. Quando ao cair do sol, se retirar, como de costume, para um jardim localizado na encosta do monte Oliveira. Mas, na escuridão da noite, como as pessoas encarregadas de apreendê-lo vão conhecê-lo? Judas planejou tudo. Os soldados poderão prender com toda confiança a quem ele beijar. Tal é a iniquidade horrível, que ocorre entre as paredes do templo em Jerusalém.

Para manifestar sua execração e para dar satisfação ao Filho de Deus, tão indignamente ultrajado com este pacto monstruoso, desde os primeiros séculos que a Igreja consagrou a penitência. Ainda hoje, a Quaresma começa na quarta-feira, e quando a Igreja, em cada uma das estações, quer que dediquemos quatro dias para jejuar e mortificar nosso corpo, um desses dias é quarta-feira.

O sexto escrutínio – Antigamente o sexto escrutínio para a admissão dos catecúmenos ao batismo ocorria neste dia. Este escrutínio era assistido por aqueles que, sendo dignos de batismo, ainda não tinham sido definitivamente nomeados para recebê-lo. Na Missa há duas leituras, tiradas dos profetas, como no dia do grande escrutínio, na quarta-feira da quarta semana da Quaresma. Os catecúmenos deixavam a Igreja como de costume, depois do Evangelho. Mas uma vez que o Santo Sacrifício acabava, entravam novamente. Então um dos sacerdotes dizia-lhes: “No próximo sábado, Vigília Pascal, a tal hora, vos reunireis na Basílica do Latrão para o sétimo escrutínio, e então direis de cor o símbolo que deveis ter aprendido de antemão. E finalmente, com a ajuda da graça divina, recebereis o banho sagrado de vossa regeneração. Preparai-vos com orações e jejuns contínuos, com zelo e humildade, para que, sepultados com Cristo no batismo, mereçais ressuscitar com Ele para a vida eterna. Assim seja.”

Em Roma se celebra a Estação, em Santa Maria Maior. Compartilhemos as dores de nossa Mãe, cujo Coração experimenta a angústia mais cruel que aguarda do sacrifício, que em breve será cumprida.

  

MISSA

A Igreja começa no Intróito pela glorificação do santo Nome de Jesus, hoje ultrajado pelos homens, que o pronunciam com tanto ódio na trama que se preparam contra aquele que nos foi imposto para nossa salvação. Este nome sagrado significa Salvador: estes são os dias em que esse nome sagrado recebe todo o seu significado.

INTRÓITO – AO Nome de Jesus se dobrem os joelhos de todos os que estão no céu, na terra e debaixo da terra, porque o Senhor se fez obediente até a morte e morte de Cruz; por isto o Senhor Jesus Cristo está na glória de Deus Pai. SL. Senhor, ouvi a minha oração e chegue até Vós o meu clamor. – Ao Nome.

Na primeira Coleta a Igreja confessa que seus filhos pecaram; mas apresenta a Deus a Paixão que seu único Filho sofreu por eles, e confia nele.

COLETA – Oremos. Ajoelhemo-nos. Levantemo-nos.

DEUS onipotente, incessantemente aflitos por causa dos nossos excessos, nós Vos suplicamos concedei sejamos libertados pela Paixão de vosso Filho Unigênito, que, sendo Deus, convosco vive e reina.

I LEITURA – Leitura do livro do profeta Isaías.

PALAVRA do Senhor Deus: Dizei a Jerusalém: Eis que vem o teu Salvador e com ele a sua recompensa. Quem é, pois, esse homem de vestes escarlates, que chega de Edom, de Bosra? Ele está magnífico em suas vestes, e se ergue no esplendor da sua força. Sou eu, que proclamo a justiça, e que venho para salvar. Porque este vermelho em tua veste? Tuas vestes estão como as daqueles que calcam no lagar! Eu calquei sozinho no lagar; e ninguém do meu povo estava comigo! Então calquei-os na minha cólera, esmaguei-os no meu furor. Seu sangue espirrou em minhas vestes; manchei toda a minha roupa! Eu tinha no coração um dia de vingança, e o ano da minha redenção chegara. Olhei: ninguém para ajudar-me; fui abatido: ninguém para sustentar-me. Então meu braço me salvou, e meu furor sustentou-me. Esmaguei os povos na minha cólera, triturei-os no meu furor, fiz correr por terra o seu sangue. Eu celebrarei os benefícios do Senhor, cantarei os seus louvores e tudo que fez por nós o Senhor nosso Deus.

 

A vitória do Messias – “Quão terrível é este libertador, que esmaga seus inimigos sob a sola de seus pés, como os cachos de uva no lagar, a ponto de ficar com suas vestes tintas com o seu sangue! Mas hoje não é o dia para exaltar a força do seu braço, hoje cheio de humilhações, que seus inimigos compraram um de seus discípulos para o mais ignominioso dos negócios? Ele nem sempre será humilhado, logo se levantará, e a terra saberá qual é o seu poder diante das punições que cairão sobre aqueles que ousarem pisoteá-lo. Jerusalém está se preparando para apedrejar aqueles que vão pregar seu nome; ela seria a mais cruel das madrastas para esses verdadeiros israelitas, que, dóceis aos ensinamentos dos profetas, reconheceram em Jesus todos os sinais de manifestação do Messias. A sinagoga tentará sufocar a Igreja nascente, mas assim que a Igreja se voltar para os gentios, tendo sacudido o pó dos seus pés contra Jerusalém, que o traiu e crucificou, a vingança de Cristo cairá sobre esta cidade. No entanto, a ruína de Jerusalém é apenas a figura da outra ruína a que o mundo culpado está destinado, quando o Vingador divino, que vemos contradizer e desprezar a cada dia, aparece nas nuvens para restaurar sua honra ultrajada. Por enquanto Ele permite que O entreguem, cuspam e maltratem, mas quando chegar a hora de resgatar os seus, o dia da vingança reivindicado pelos desejos dos justos, felizes serão aqueles que o conheceram, aqueles que compartilharam suas humilhações e dores. Desgraçados os que não viram Nele mais que um mero mortal! Ai daqueles que não contentes em sacudir o suave jugo de Cristo de seus próprios ombros, impediram que seu reino se espalhasse entre os demais! Porque Cristo é o rei, veio a este mundo para reinar e aqueles que não quiseram suportar sua clemência não poderão fugir de sua justiça.

O Gradual que segue esta leitura de Isaías é um grito de angústia da boca de Davi pelo Messias.

 

GRADUAL – NÃO escondais o rosto ao vosso servo; atribulado estou: depressa, ouvi-me! V. Salvai-me, ó Deus, que as águas vão tragar-me; afundo-me na lama sem apoio!

Na segunda coleção, a Igreja lembra a Deus Pai mais uma vez da provação que seu único Filho queria suportar para nos libertar do cativeiro do inimigo e também pede que participemos de sua gloriosa ressurreição.

COLETA – Ó DEUS, que quisestes sofresse o vosso Filho por nós o suplício da Cruz, para nos livrar do poder do inimigo, fazei com que vossos servos alcancem a graça da ressurreição. Pelo mesmo Senhor.

EPÍSTOLA – Leitura do livro do profeta Isaías.

NAQUELES dias, disse o profeta Isaías: Quem teria acreditado no que ouvimos? A quem fora revelado assim o braço do Senhor? Diante de Deus ele brotou como planta raquítica, como raiz em terra seca. Não era belo nem viçoso de ver-se, seu aspecto nada tinha de agradável. Desprezado, abandonado dos homens, homem de dores, familiar do sofrimento, semelhante ao leproso de que a gente se desvia, nós o desprezamos e o tivemos por nada! No entanto, eram os nossos sofrimentos que ele carregava, nossas dores que tomara sobre si. Nós, porém, o consideramos como punido, ferido por Deus, humilhado. Ele, no entanto, foi traspassado por causa de nossas faltas; triturado por nossos pecados.” O castigo que nos dá a paz recaiu sobre ele, e é por suas chagas que nós somos curados. Éramos todos errantes como ovelhas, cada um seguia o seu próprio caminho. Mas o Senhor fez caírem sobre ele as faltas de todos nós. Maltratado, ele se humilha; não abre a sua boca. Como o cordeiro levado ao matadouro, a ovelha calada ante aqueles que a tosquiam, ele não abre a boca. Preso, depois julgado, ele foi supresso. Quem na verdade se preocupou com sua sorte? Ele foi eliminado da terra dos vivos, e ferido por causa dos pecados do povo. Ele foi enterrado com os ímpios, seu túmulo está entre os túmulos dos ricos; e no entanto jamais cometeu injustiça, nem proferiu mentira. O Senhor quis triturá-lo pelo sofrimento. Se ele fez de sua vida um sacrifício de expiação, verá sua descendência, prolongará seus dias: a vontade do Senhor se cumprirá por ele. Por causa de seus sofrimentos, ele verá a luz e será cumulado. Pelos seus sofrimentos o justo, meu servo, justificará as multidões; carregará sobre si os pecados do povo. Por isso eu lhe darei as multidões como herança, partilhará com os fortes os despejos. Porque entregou-se à morte, foi contado entre os pecadores, quando carregava o pecado das multidões e intercedia por eles!

 

Os padecimentos do Messias – Mais uma vez ouvimos a voz de Isaías nesta profecia, mas desta vez não é o sublime profeta que cantava pouco sobre a vingança de Emanuel. Relata os sofrimentos do Homem-Deus, “do último dos homens, do homem das dores, entregue ao sofrimento”. Por esta passagem pode ser justamente chamado com os Santos Padres, o mais eloquente dos Profetas, o quinto Evangelista. Não resume de antemão a história da Paixão, quando nos mostra o Filho de Deus “como um leproso, um homem ferido por Deus e humilhado aos seus golpes”? Mas nós, a quem a Igreja lê estas páginas inspiradas, e que juntos vêem o Antigo e o Novo Testamento para nos darem todos os sinais da Vítima universal, como reconheceremos o amor que Jesus nos mostra quando toma sobre si todas as punições que merecemos?

“Fomos curados por suas feridas”. Ó médico divino, que toma sobre si as feridas daqueles que quer curar! Mas só “foi ferido por nós, mas também foi abatido como um cordeiro no matadouro”. Mas, felizmente, não fez mais do que se submeter à inflexível justiça do Pai, “que colocou sobre nós todas as nossas iniquidades”. Ouça o Profeta: “Se foi imolado, foi porque ele queria.” Seu amor por nós é igual à submissão do Pai. Observe como Ele ficou em silêncio diante de Pilatos, que com uma única palavra poderia arrancá-lo das mãos de seus inimigos. “Ele está em silêncio, sem abrir a boca como o cordeiro diante do tosquiador.”

Adoremos este silêncio ao qual devemos nossa salvação. Recolhamos todos os detalhes de uma entrega que um homem nunca faria para outro e que não pode ser executá-la mais que o coração de um Deus. Como nos ama, que somos sua estirpe, os filhos de seu sangue, a recompensa de seu sacrifício! Santa Igreja, descendente de Cristo na cruz, tu eres amada; Ele te comprou a um grande preço e é por isso que Ele se compraz em ti. Almas fiéis, pagai amor por amor; almas pecadoras, sede fiéis, tirai a vida de seu sangue e lembrem-vos de que, se “todos estivemos perdidos como ovelhas sem pastor”, o Senhor “tomou sobre si todas as nossas iniquidades”. Não existe nem um pecador nem um pagão, nem um infiel tão culpado, que não tenha parte neste precioso sangue, cuja infinita virtude seria suficiente para resgatar bilhões de mundos mais pecaminosos que os nossos.

O Tracto que segue esta lição é composto por alguns versículos do salmo 101: Eles nos mostram os sofrimentos da natureza humana em Cristo, no meio de seus desânimos.

TRATO – ESCUTAI, ó Senhor, minha oração, chegue à vossa presença o meu clamor! V. Não desvieis de mim o vosso rosto; acabrunhado estou, Senhor, ouvi-me! V. No dia em que eu clamar por vosso auxílio, apressai-vos, Senhor, em socorrer-me! V. Meus dias se dissipam qual fumaça, meus ossos são as brasas de um braseiro. V. Seca-me o coração; erva cortada; chego a esquecer-me de comer meu pão. V. Levantai-vos, piedade de Sião! Já é hora, Senhor, de terdes pena.

A Paixão segundo São Lucas é em seguida. Este evangelista nos fornece muitos detalhes, que foram suprimidos pelos dois primeiros evangelistas; com sua ajuda, podemos penetrar cada vez mais no mistério do sofrimento do sacrifício do Homem-Deus,

No Ofertório, a voz de Cristo é ouvida novamente, implorando a ajuda de Deus e pedindo ao Pai para não tirar os olhos do próprio Filho, que é vítima de todos os tipos de dor, tanto de corpo quanto de alma.

OFERTÓRIO – SENHOR, ouvi a minha oração, e chegue até Vós o meu clamor; não afasteis de mim a vossa face.

Na Secreta a Igreja pede que tenhamos um amor sincero pelo mistério divino no qual a Paixão do Salvador é renovada todos os dias.

SECRETA – NÓS Vos rogamos, Senhor, aceitai o dom que Vos é oferecido, e, por vossa bondade fazei que alcancemos por nossos piedosos sentimentos os frutos que esperamos, celebrando o mistério da Paixão de vosso Filho, Nosso Senhor. Pelo mesmo Senhor.

Para a antífona da Comunhão, a Igreja retoma alguns versos do mesmo salmo 150, que ela usou no Tracto e no Ofertório.

COMUNHÃO – EU misturo a minha bebida com lágrimas, porque, elevando-me, me despedaçastes e eu sequei como feno. Vós, porém, Senhor, permaneceis para sempre. Levantando-Vos, compadecer-Vos-eis de Sião, porque chegou a hora de Vos compadecerdes de sua desgraça.

A morte do Filho de Deus deve ser uma razão para confiarmos cada vez mais na misericórdia de Deus. Essa confiança é o primeiro elo em nossa salvação. Essa é a confiança que a Igreja nos pede na pós-comunhão.

PÓSCOMUNHÃO – CONCEDEI às nossas almas, ó Deus onipotente, a graça de crermos confiantemente que nos destes vida eterna pela morte temporal de vosso Filho, de quem estes sublimes Mistérios dão testemunho. Pelo mesmo Senhor.

ORAÇÃO SOBRE O POVO – Oremos. Humilhai as vossas cabeças diante de Deus.

SENHOR, humildemente Vos rogamos, olhai propício para esta vossa família, pela qual Nosso Senhor Jesus Cristo não hesitou em se entregar às mãos dos malfeitores ç sofrer o tormento da Cruz, Ele, que sendo Deus, convosco vive e reina.

O Ofício de Trevas – Até a última reforma, a Igreja antecipava para as vésperas o Ofício Noturno do dia seguinte, durante os últimos três dias da Semana Santa, a fim de dar ao povo cristão maior facilidade para participar dele. Portanto, Matinas e Laudes eram celebradas à tarde. Mas, tendo convertido essas horas, em sua maior parte, em horas de trabalho, a Igreja considerou apropriado estabelecer que o Ofício fosse realizado em seu horário normal.

Assim, pois, os fiéis devem se apressar em assisti-los tanto quanto suas ocupações permitirem. Quanto ao mérito desta assistência piedosa, sem dúvida excede a de qualquer devoção privada. A maneira mais certa de alcançar o coração de Deus será sempre usar a Igreja como intermediária: quanto às impressões santas que podem nos ajudar a aprofundar mais nos mistérios que são comemorados nesses três dias, geralmente são mais fortes e mais seguras as que se recebem no Ofício, mais do que as que são procuradas em qualquer livro humano. Alimentada pela palavra e pelos ritos da Igreja, a alma cristã se beneficiará duplamente dos exercícios e leituras do Ofício, embora também deva cuidar particularmente deles. A oração da Igreja será, então, a base sobre a qual todo o edifício da piedade cristã se elevará, neste santo aniversário. Desse modo, imitaremos nossos pais que, nos séculos de fé, eram tão profundamente cristãos porque viveram da vida da Igreja através da Liturgia.

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