Oratório São José

Santo Ângelo de Acri (31/10)

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SANTO ÂNGELO DE ACRI, Ordem dos Frades Menores Capuchinhos (1669-1739)

O bem-aventurado Ângelo nasceu em 19 de outubro de 1669 em Acri, uma pequena cidade da Calábria, no antigo reino de Nápoles. Seus sortudos pais se chamavam Francisco Falcone e Diana Henrico ou Errico. Foi batizado no dia seguinte, e recebeu o nome de Lucas Antonio. Aos três anos de idade, ou talvez antes, o bispo de Bisignano administrou-lhe o sacramento da confirmação.

Muito em breve se percebeu que aquela criança não foi feita para o mundo. Quando tinha apenas cinco anos, sua mãe o surpreendeu rezando com fervor angelical, ajoelhada sobre algumas pedras molestas diante de uma imagem de Maria Santíssima. Noutra circunstância, ficou agradavelmente surpreendida ao ver que raios resplandecentes saíam da imagem da Senhora celeste e iluminavam o rosto do seu filho, que parecia extasiado na contemplação da venerada imagem.

Ao contrário do que é comum nas crianças pequenas, sentia uma profunda aversão às brincadeiras infantis, e só encontrava prazer em fazer altares, nos quais colocava imagens de Santos que depois decorava com as flores mais elegantes que encontrava. Passava a maior parte do dia dedicado à oração e à meditação, e às vezes saía furtivamente da casa do pai para ir até a porta da igreja, onde muitas vezes permanecia até altas horas da noite, oferecendo suas ternas orações a Deus. Quando conseguia sair de casa pela manhã, entrava no templo para ajudar na Missa e ouvir a palavra divina. Tais disposições manifestas para a piedade encantaram seus pais e os motivaram a dedicá-lo a estudos que o tornariam apto a um dia abraçar o estado eclesiástico.

VOCAÇÃO DE LUCAS ANTÔNIO. SUA ORDENAÇÃO.

Naquela época, o Padre Antonio de Olivati, famoso pregador capuchinho, fez missão na cidade de Acri; seus sermões piedosos levaram Lucas a fazer uma confissão geral de sua vida e a expressar seu desejo de ingressar na Ordem dos Frades Capuchinhos Menores. Padre Antonio ficou encantado com as boas intenções e excelente disposição do penitente; mas, considerando-o muito jovem para entrar no noviciado, recomendou um pouco de paciência e que, enquanto chegasse o momento de pôr em prática a sua determinação, meditasse assiduamente na Paixão de Nosso Senhor e comungasse todos os domingos. Lucas seguiu este sábio conselho e obteve de Deus a força necessária para abandonar o mundo e abraçar a austeridade da vida capuchinha.

Entrou no noviciado em 1687. Mas, coisa estranha e que, ao revelar a inconstância humana, nos diz para estarmos sempre vigilantes sobre nós mesmos, sem considerarmos as boas inclinações e a santidade de vida como garantia de perseverança, olhemos primeiro para a nossa própria fraqueza e confiemos apenas na graça. Duas vezes o inimigo comum das almas conseguiu derrotar o piedoso jovem. Em uma delas, simulando a voz da mãe, lhe disse: “Lucas Antonio, vem, estou doente”. Representava para ele ao mesmo tempo os prazeres lisonjeiros do mundo, por um lado, e, por outro, as austeridades prolongadas da vida religiosa. O assalto foi tão tremendo que o noviço inexperiente tomou as primeiras armas com derrota, ao deixar o convento para se lançar no turbilhão do mundo.

Envergonhado da sua covardia e para acalmar as dores da consciência, regressou ao noviciado em 1689, mas logo o abandonou pela segunda vez. Deus, porém, o preservou, e embora um tio seu quisesse decidir por ele contrair um casamento vantajoso, o jovem Lucas Antonio recusou resolutamente, sentindo renascer em seu coração o desejo de abraçar novamente a vida religiosa.

Esta vitória sobre o mundo trouxe-lhe novas graças e bênçãos do céu, pois no ano seguinte (1690) ingressou no noviciado capuchinho de Beldevere e vestiu o hábito pela terceira vez, no dia 12 de novembro. O tentador mais uma vez resistiu, exagerando os rigores da vida monástica, mas o noviço instruído correu para prostrar-se aos pés de um crucifixo e exclamou entre soluços e lágrimas: “Salva-me, Senhor, porque pereço!” Então ouviu uma voz que lhe dizia: “Imite o Irmão Bernardo de Corleón”. Tratava-se de um santo leigo, capuchinho como ele, falecido em 1667. Seguindo o seu exemplo, o nosso noviço castigava severamente o seu corpo todas as manhãs. Assim fortalecido com oração e penitência, o Irmão Ângelo – que por tal mudou o nome de Lucas Antônio – permaneceu inabalável; e, terminado o noviciado, professou os votos solenes em 1691.

Assim que professou, seus superiores o enviaram a diversos conventos para estudar filosofia e teologia, ciências nas quais progrediu muito rapidamente. Certa ocasião, os religiosos observaram com natural surpresa que a cela do irmão Ângelo estava iluminada com um brilho maravilhoso e que a luz enchia a casa. Com isso todos compreenderam que Deus havia ouvido as orações humildes e fervorosas do seu servo, visando obter a verdadeira sabedoria e ciência dos santos.

“Se alguém quiser vir após mim”, disse o Senhor, “tome a sua cruz e siga-me”. Ângelo abraçou a cruz com determinação, sem parar para se concentrar nas austeridades que assustam o corpo, mas que tanto beneficiam a alma. Todas as sextas-feiras ele esfregava a língua com fel e babosa, para sentir amargura durante o dia. Todos os dias ele se disciplinava sem piedade até que sua carne fosse dilacerada, e entre isso e seu hábito, introduzia, como analgésico, uma grande quantidade de urtigas, além do cilício que usava constantemente. Estas mortificações não o impediram de estar sempre sorridente e satisfeito; dir-se-ia que a sua alegria habitual era o efeito das suas austeridades.

Depois de uma preparação de onze anos de estudos e mortificações, o Irmão Ângelo foi chamado ao sacerdócio; foi ordenado sacerdote no final de 1701. Conhecendo os terríveis deveres do sacerdócio, deu esse passo com medo e tremor, depois de ter se preparado com muitas orações e lágrimas e prometendo trabalhar com todas as suas forças para difundir o reino de Deus.

O seu amor por Jesus Cristo alimentava-se diariamente no ardor do fogo inextinguível da Sagrada Eucaristia; sua união com o Cordeiro Celestial tornou-se tão íntima que era comum vê-lo extasiado após a consagração; então seu corpo parecia inflamado e suas feições tinham uma beleza angelical. Ele não subia ao altar sem antes ter se entregado à oração e à penitência durante uma hora; para ele não havia nada mais doce do que falar do Santíssimo Sacramento; bastava-lhe dizer algumas palavras sobre a Sagrada Eucaristia para cair em êxtase.

O amor é por natureza expansivo; e ao achar estreitos os limites do coração do Padre Ângelo, ameaçou abandoná-lo rompendo as paredes que o encerravam, tendo que derramar repetidamente água fria em seu peito para atenuar o ardor que o queimava.

Suas palavras e ações estavam todas impregnadas do amor que o consumia, um amor não diferente daquele que outrora consumiu o coração do Serafim de Assis. “Como é doce amar a Deus! Oh, o Amor não amado!” exclamava ele às vezes. Jesus, por outro lado, favoreceu o seu servo com diversas aparições, especialmente em 1701 no convento de Rossano, e em 1722 em Paterno. Ele apareceu na forma de uma criança e conversou familiarmente com ele. Porém, certa vez, o santo religioso observou que do rosto do Menino Jesus saíam raios de majestade que o faziam estremecer. “Meu Deus, meu Deus!” – exclamou ele – se, embora o vosso amor seja tão grande, o Senhor parece tão terrível, como será quando, sentado em seu tribunal, nos julgar?” Ao amor de Nosso Senhor, o Padre Ângelo acrescentou uma terna devoção à Santíssima Virgem, através da qual o Filho de Deus – como canta São Tomás no hino Verbum Supernum – tornou-se “nosso irmão, nosso alimento, nosso resgate e nossa recompensa”. Quando ouvia o nome da Mãe Santíssima, ou via uma de suas imagens, curvava-se profundamente. Sentia particular prazer em falar da Imaculada Conceição, doutrina muito preciosa para a Ordem Franciscana desde a sua fundação.

A vida do Padre Ângelo foi uma oração contínua; ele ia antes de todos ao Ofício Divino e saia por último do coro; nas estradas, nas praças públicas, nas casas particulares, em todos os lugares ele rezava. Do seu coração vinham, como dardos, suspiros inflamados de amor ardente. Quando um dia lhe perguntaram o motivo daqueles suspiros, ele respondeu: “Não consigo pensar em Deus sem sentir meu coração prestes a se partir”.

MISSÕES DOS BEM-AVENTURADOS. – AVISO DE DEUS

O servo de Deus gostaria de não ter outra ocupação senão orar, e apenas sair da cela para ir à igreja; mas os superiores, que conheciam as suas virtudes e talentos, dedicaram-no à prática da pregação. Iniciou o seu trabalho apostólico na Quaresma de 1702, em São Jorge; ele se preparou com muito cuidado para ter sucesso em sua tarefa e escreveu todos os seus sermões pontualmente; mas, apesar da sua memória prodigiosa, pouco depois de subir ao púlpito percebeu que estava a perder o fio das suas ideias, e chegou mesmo ao ponto de ter que descer da cadeira sagrada sem terminar o sermão. Como era de se esperar, voltou ao convento cheio de tristeza; pediu a Nosso Senhor que lhe desse a conhecer a causa daquela súbita incapacidade, que considerava um sério obstáculo para fazer o bem às almas.

– “Nada temas”, respondeu uma voz do alto, “eu te darei o dom da palavra”.

“Quem sois?”, perguntou o missionário.

Naquele momento as paredes de sua cela foram abaladas por um tremor misterioso e, como outro Moisés na montanha, ele ouviu esta resposta: “Eu sou quem sou e ordeno que pregues em um estilo simples para que todos possam entender”.

Nesse mesmo momento, o Padre Ângelo de Acri destruiu os sermões que havia escrito com tanta elegância de estilo e prometeu não consultar mais nenhum livro além da Bíblia e do Crucifixo. Não precisou arrepender-se da sua determinação porque, ao contribuir com o dom da sabedoria que recebeu do céu, extraiu da Sagrada Escritura ensinamentos tão sábios e aplicações tão oportunas que um dos homens mais sábios do seu tempo, Monsenhor Perimezzi, bispo de Oppido, disse cheio de admiração: “Não seria eu quem me atreveria explicar um texto da Bíblia diante do Padre Ângelo”.

Com este pano de fundo, é quase desnecessário dizer que os frutos que o nosso bem-aventurado obteve com a sua pregação foram admiráveis. O número de conversões que conseguiu é surpreendente; mas as circunstâncias que acompanharam muitas dessas conversões são ainda mais surpreendentes: a Marquesa de Bisignano, uma senhora com uma vida excessivamente mundana, ficou tão comovida ao ouvir a pregação do Padre Ângelo que se disciplinou em público para expiar os seus erros do passado. Os mais terríveis blasfemadores, ao ouvi-lo expor a malícia do pecado, prostraram-se por terra pedindo misericórdia, e os dissolutos apareceram-lhe cobertos de cinzas e com o hábito de penitentes. Padre Ângelo acolheu-os com gentileza e despediu-se deles com a graça de Deus na alma e alegria no coração.

Entre as obras apostólicas do Padre Ângelo, vale a pena mencionar as suas pregações em Nápoles no ano de 1711, marcadas por um incidente providencial que contribuiu para multiplicar os frutos da salvação. O cardeal arcebispo chamou o famoso capuchinho para a pregação quaresmal na igreja de Santo Eloy. A linguagem clara e simples do missionário decepcionou os napolitanos, que esperavam dele maior eloquência, razão pela qual pouco a pouco deixaram de assistir às práticas; a igreja ficou quase deserta desde o terceiro dia.

O cura, pouco satisfeito com o insucesso do orador, o dispensou com muita política. O servo de Deus pegou o seu cajado de viajante e partiu de Nápoles sem dizer uma palavra; mas quando o cardeal soube da sua partida, despachou um mensageiro para mandá-lo de volta à cidade, ordem que foi obedecida pelo santo pregador com o mesmo entusiasmo com que acatou as corteses insinuações do pároco.

Por ordem do cardeal subiu novamente ao púlpito, e desta vez a igreja estava cheia de fiéis, talvez porque a notícia da sua saída inesperada e a insistência que o cardeal mostrava para que continuasse a pregar, tenha despertado a curiosidade do povo, se é que não se arrependeram da sua descortesia. É preciso dizer que muitos foram ao templo também saboreando o prazer insano de zombar do pregador. Ele, sem dar sinais de se lembrar do seu fracasso, pregou no estilo simples a que estava habituado e, ao terminar o sermão, fez a seguinte recomendação ao seu público: “Peço-vos, meus irmãos, que rezeis um Pai Nosso e uma Ave Maria pela alma daquele que ao sair da igreja deve ter sido vítima de um terrível acidente”.

“Que fanático!” – alguns exclamaram.

“Ele é um visionário!” – disseram outros. Alguns, muito poucos, acreditaram na ameaça do missionário. Enquanto isso, o público começou a sair do templo e todos viram um homem cair no meio da praça como se tivesse sido atingido por um raio. Descobriu-se imediatamente que ele era um daqueles que, vangloriando-se de sua falta de preocupação, se divertia em encobrir os sermões do Padre Ângelo com zombaria grosseira, e que tinha ido à igreja zombar do pregador.

O efeito que teve nos ânimos foi decisivo, porque a partir desse dia toda a cidade compareceu em massa aos sermões com demonstrações de grande compunção. As conversões foram então muitíssimas.

A CIDADE REBELDE. A ESPADA DA DOR

Em 1738 recebeu a missão de pregar em San Germano, território da abadia do Monte Cassino. A cidade naquela época dava o espetáculo repugnante da luxúria mais desenfreada. Em vão o missionário falou de Deus, apelou à sua justiça, lembrou-se da feiúra do vício e ameaçou com os tormentos do inferno, porque ninguém o escutou. Diante de tão persistente endurecimento, nosso bem-aventurado exclamou ao cruzar seus muros: “Ó cidade maldita! Não queres te converter, mas como castigo de tua contumácia, perecerás esta noite como Sodoma e Gomorra!” E assim foi, de fato, porque a aurora do da seguinte iluminou os escombros da cidade, destruída em poucas horas por um violento incêndio. O Padre Ângelo obteve de Deus o fim daquele flagelo recorrendo à oração fervorosa e às disciplinas sangrentas; presenciaram o milagre o abade e numerosas testemunhas.

A ardente devoção que professou à Paixão do Redentor fez com que sempre a tomasse como tema de todas as suas meditações. Nosso Senhor recompensou esse culto que o bem-aventurado prestou às dores e tribulações pelas quais passou para salvar os homens, aparecendo-lhe às vezes coberto de feridas e sangue, como se encontrava no santo madeiro da cruz. Um dia, enquanto meditava no convento de Acri a Paixão de Jesus Cristo, de repente sentiu uma dor muito aguda no coração, como se tivesse sido trespassado por uma espada, e não conseguiu reprimir os soluços enquanto seus olhos estavam banhados em lágrimas. Nesse mesmo momento Nosso Senhor Jesus Cristo apareceu-lhe com o corpo ensanguentado e dilacerado pela cruel flagelação. Diante de tão doloroso espetáculo, o bem-aventurado Ângelo não só reprimiu os seus soluços, mas também ofereceu os seus sentimentos ao Senhor como prova do seu amor.

“Que desejas?” – perguntou-lhe então o Divino Mestre.

“Senhor, a minha vontade é a vossa”, respondeu o discípulo.

A visão desapareceu, mas desde então o nosso bem-aventurado sentiu a mesma dor aguda no coração, com variações de intensidade.

O BEM-AVENTURADO ÂNGELO, PROVINCIAL. SEUS MILAGRES.

De 1717 a 1720, Padre Ângelo foi ministro provincial de Cosenza. Regra viva dos seus inferiores, em tudo deu exemplo da mais completa abnegação. Ele varria a cozinha, arrumava as camas dos enfermos, curava suas feridas e servia aos convidados do convento. Acima de tudo, exortou os seus filhos espirituais a entregarem-se com confiança aos braços da Divina Providência; e, para que compreendessem melhor os seus ensinamentos, dava aos pobres tudo o que lhes parecia supérfluo, sem se preocupar minimamente com o futuro.

Julgava-se obrigado a servir os Irmãos; ele se autodenominava “o último de todos, o mais ignorante dos homens e um desgraçado, duas vezes desertor do convento”. Ele aceitava os insultos com a maior alegria. Como um vilão o insultaram em praça pública chamando-o de “ignorante”, ele não souber se vingar de outra forma senão beijando seus pés de quem o insultou. E se alguma vez o apedrejassem, ele agradecia a Deus. De 1727 a 1729 o Padre Ângelo, com o consentimento do Papa Bento XIII, viveu na casa do príncipe de Bisignano, e quando este lhe dava alguma demostração de respeito, dizia o humilde capuchino: “Lembra-te que sou filho de um pastor de cabras”.

Mas quanto mais ele se humilhava, mais Deus o engrandecia. De todos os lugares, até do exterior, vinham pedir-lhe conselhos; os bispos se encomendavam às suas orações; a multidão beijava-lhes as mãos e cortava-lhes as franjas dos vestidos para guardá-los como preciosas relíquias.

Deus deu-lhe o dom dos milagres e pode-se dizer dele que é um dos Santos que os distribuiu sem contar. Nada resistiu à sua fervorosa oração: nem o diabo, nem o fogo, nem a água, nem os insetos nocivos, nem as doenças de qualquer espécie. Ele libertou muitas pessoas possuídas do diabo, entre outras uma pessoa que havia sido atormentada pelo espírito maligno durante dez anos.

O Senhor dotou-o também do dom da profecia, e foram muitas as pessoas que foram arrebatadas pela morte na graça de Deus por terem acreditado nas palavras com que o Padre Ângelo anunciava o seu fim próximo.

No mesmo dia em que as tropas do Príncipe Eugênio de Sabóia – 16 de agosto de 1717 – libertaram a cidade de Belgrado do domínio turco, o Padre saiu da sua cela exclamando: “Toquemos os sinos, cantemos o Te Deum, demos graças a Deus, que graças à intercessão da Santíssima Virgem, os cristãos derrotaram os turcos em Belgrado”. O dia e a hora foram anotados, e a realidade do evento logo foi confirmada.

MORTE DO BEM-AVENTURADO ÂNGELO

Seis meses antes de sua morte lhe sobreveio uma cegueira; mas, por um milagre singular, recuperava a visão para rezar o Ofício Divino e celebrar o Santo Sacrifício da Missa. Finalmente, poucos dias antes de entregar a sua santa alma ao Criador, disse ao religioso leigo que o servia: “Irmão, deixarei este mundo na sexta-feira de manhã, ao amanhecer”. Em 24 de outubro de 1739 adoeceu e recebeu a Extrema Unção.

Satanás fez um esforço supremo para derrotá-lo, mas também se viu derrotado, porque o moribundo, tirando forças de sua fraqueza, exclamou com tom severo: “Retira-te, Satanás”. Ele expirou em 30 de outubro, cerrando os lábios com os doces nomes de Jesus e Maria.

Seu corpo, que exalava um cheiro doce, foi sepultado no dia 1º de novembro na igreja do convento. Leão XII o beatificou em 18 de dezembro de 1825; o Ofício, aprovado em 1833, foi inserido no Breviário dos Frades Menores Capuchinhos. Sua canonização ocorreu em 15 de outubro de 2017 pelo Papa Francisco.

 (EDELVIVES, El Santo de cada dia: ano 1946, pp. 613-621)

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