Oratório São José

SÃO JACINTO (17/08)

Santo do dia

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SÃO JACINTO, Confessor – 3ª classe

O apóstolo da Europa Oriental – Jacinto é um herói daquela legião de intrépidos missionários que nos séculos XIII e XIV marcharam ao encontro da barbárie tártara e muçulmana que ameaçava o Ocidente. Difundiu a Ordem Dominicana cujo hábito usava e expandiu o reino de Deus, dos Alpes às fronteiras norte do império chinês e das ilhas do arquipélago às terras árticas. Durante quarenta anos foi visto semeando prodígios, confundindo as heresias e dissipando as trevas da infidelidade nas estepes onde o cisma de Bizâncio disputava as suas conquistas estéreis com a idolatria dos invasores do Norte.

Como não faltou no primeiro apostolado, não poderia faltar neste o oferecimento do martírio, o santo fez aflorar a confiança sobre-humana do taumaturgo que nunca se deixou deter por nenhum obstáculo; acima de tudo ele soube preservar o perfume virginal que embalsamou toda a sua vida, um brilho de beleza sobrenatural que fez dele um retrato de seu pai Domingo.

No dia 15 de agosto de 1257, dia do seu triunfo, Nossa Senhora desceu novamente à Igreja da Santíssima Trindade; os Anjos fazem dela uma escolta brilhante, as virgens formam a sua corte. “Oh, quem sois vós?”, exclama uma alma santa na terra, cujo êxtase rasgou os véus da mortalidade. “Eu sou, responde Maria, a Mãe da misericórdia: e este que tem a mão na minha é o irmão Jacinto, meu filho devotíssimo, que levo às bodas eternas.” Nossa Senhora entoa então com voz muito doce: “Vou para as colinas do Líbano”; e os Anjos e as virgens continuando este canto celeste num concerto inefável, a procissão desapareceu em direção aos picos resplandecentes da Pátria.

Vida – A vida de São Jacinto foi escrita demasiado tarde (por volta de 1352) e, por isso, não é de estranhar que, ao lado de fatos verdadeiros, contenha detalhes lendários.

Sabemos que em 1228 já pertencia à ordem dos Frades Pregadores e que se encontrava então no convento de Cracóvia. Dez anos depois pregou a Cruzada contra os prussianos, ainda idólatras, e morreu em 15 de agosto de 1257. Os dominicanos exerceram um vasto apostolado no século XIII em toda a Europa Oriental, na Rússia, na Prússia, na Lituânia e nos Balcãs. Mas a invasão dos tártaros em 1241 e 1242 destruiu uma multidão de conventos que tinham fundado e multiplicou os mártires.

São Jacinto é considerado o apóstolo da Polônia e o seu túmulo é local de peregrinações famosas e muito frequentes.

 Por Maria – Grande foi o teu privilégio, ó filho de São Domingos, tão associado a Maria, que te viu entrar na glória no dia do seu triunfo. Teveste um lugar de destaque na procissão que a conduziu aos céus; conte-nos a sua grandeza, a sua beleza, o seu amor pelos pobres humanos, dos quais gostaria que todos participassem da sua felicidade contigo.

Por meio de Dela, foste poderoso no vale do exílio, esperando com Ela ser bem-aventurado e glorioso. Vocês percorreram novamente, muito depois de Alberto e Anscariotes, Cirilo e Metódio, os caminhos ingratos daquele norte, onde renascem tão rapidamente os cardos e os espinhos, onde os povos que a Igreja tanto custou libertar do jugo pagão, estão continuamente caindo nas armadilhas do cisma e nas armadilhas da heresia. O príncipe das trevas sofreu novas derrotas naquele campo, uma multidão incontável quebrou suas correntes e a luz da salvação brilhou mais longe do que todos os seus antecessores a haviam levado. Conquista definitiva para a Igreja, a Polónia exultou. Quantos atos admiráveis ​​em que os anjos do céu, ao que parece, quiseram alegrar com o seu sorriso os rudes combates dos seus irmãos na terra! Quarenta e oito Frades Pregadores reuniram-se sob o governo do beato Zadoque no convento fundado por São Jacinto em Sandomir, às margens do Vístula; um dia, o leitor do Martirológio, ao anunciar a festa do próximo, lê esta fórmula que se desdobra em letras douradas diante de seus olhos: EM SANDOMIR, QUARTO DIA DE JUNHO NENHUM, A PAIXÃO DE QUARENTA E NOVE MÁRTIRES. A princípio ficam surpresos, mas os irmãos logo compreenderam o anúncio extraordinário: preparam-se, com a alegria de suas almas, para colher o palmito que no dia seguinte uma irrupção do Tártaro lhes proporciona; Reunidos em coro e cantando a Salve Regina, prestam o testemunho supremo de Deus.

Jacinto não terminará a sua gloriosa carreira sob a espada dos seus algozes. João, o discípulo. favorito, teve que ficar neste mundo até que o Senhor viesse; Nosso Santo espera que a Mãe do Senhor saia ao seu encontro.

O TAUMTURGO. — Na sua vida, todo o céu, não faltam trabalho, sofrimento, nem as mais maravilhosas intervenções do alto. Kiev, a cidade sagrada dos russos, resistiu ao zelo do apóstolo durante cinco anos; os tártaros passam por ela como a justiça do Todo-Poderoso. Na cidade rebelde tudo está sujeito a saques. A devastação geral atinge as portas do Santuário, onde o homem de Deus pouco antes termina o augusto Sacrifício. E assim, vestido com os ornamentos sagrados, com uma das mãos toma o Santíssimo Sacramento, e com a outra a estátua de Maria que lhe pede que não a entregue aos bárbaros; e ele atravessa com segurança, junto com seus Irmãos, as hordas pagãs embriagadas de carnificina, as ruas em chamas e o Dnieper, cujas ondas rápidas se consolidam sob seus pés. O Santo, continuando a sua retirada milagrosa para Cracóvia, depositou a sua preciosa carga no Convento da Trindade. Enquanto ele a carregava, ela pesava tão pouco quanto uma cana, mas a estátua de Maria mais tarde recuperou seu peso natural, considerável o suficiente para que um homem sozinho pudesse se mover. Depois de muitos outros trabalhos, Jacinto virá ao lado dela para morrer.

O DISCÍPULO DE MARIA. — A devoção de São Jacinto à Santíssima Virgem dominou toda a sua vida, e a própria Virgem, por sua vez, manifestou-lhe muitas vezes a sua ternura maternal. Certa vez, no início de sua vida apostólica, apareceu-lhe e disse: “Coragem e alegre-se, Jacinto, meu filho! Tudo o que você pedir em meu nome, isso lhe será concedido”. A inefável entrevista aconteceu na Vigília da Assunção. Permaneceu no seu mural até aos dias de traição que marcaram o fim da Europa cristã.

Ó Jacinto, guarda a fé no coração dos filhos desse nobre povo, aguardando o dia da ressurreição. Implore graça para as regiões do norte, que foram aquecidas por um momento pelo sopro ardente da sua palavra. Nada lhe será negado do que você pede por meio de Maria; Isto é o que esta Mãe de misericórdia lhe prometeu.

Conservai o zelo do apostolado na vossa Ordem. Deixe que se multiplique o número dos seus irmãos, que hoje são menos do que o nosso tempo precisa. Ao poder que tiveste sobre as ondas, devemos acrescentar aquele que, justificado por tantos prodígios, te atribui a confiança dos fiéis: a de trazer de volta à vida os pobres afogados. Também as mães cristãs sentiram muitas vezes o vosso poder milagroso de levar à fonte da salvação os frutos do seu ventre, que um parto difícil colocava em perigo de não receberem o baptismo. Ensine aos seus clientes devotados que a bondade de Deus é sempre a mesma e que ele não diminuiu o crédito dos seus escolhidos.

(GUERANGER, Dom Prospero. El Año Litúrgico: tomo V, ano 1954, pp. 203-207)

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