Bênção Apostólica com Indulgência Plenária in periculo mortis

BÊNÇÃO APOSTÓLICA
com indulgência plenária In periculo mortis
(Rit. Rom., tit. VI, cap. VI)
Costuma dar-se a bênção apostólica com indulgência plenária à hora da morte, depois da confissão, aos agonizantes que, estando ainda lúcidos e com os sentidos íntegros, a pediram; também aos que provavelmente a teriam pedido ou deram sinais de contrição, mesmo que já não tenham mais o uso da fala e dos outros sentidos e se encontrem em delírio ou estado de amência. Deve-se negá-la terminantemente a excomungados e aos agonizantes em pecado mortal manifesto.
O vigário ou outro sacerdote, de veste talar, sobrepeliz e estola roxa, entrando no quarto do enfermo, diz:
V. Pax huic dómui. | V. A paz esteja nesta casa. |
R. Et ómnibus habitántibus in ea. | R. E com todos os seus moradores. |
Depois, asperge com água benta o enfermo, o aposento e os presentes, enquanto recita:
Antífona
Aspérges me, Dómine, hyssópo, et mundábor: lavábis me, et super nivem dealbábor. | Aspergi-me, Senhor, e serei limpo, lavai-me e serei mais branco do que a neve. |
Salmo 50,3
Miserere mei, Deus: secundum magnam misericordiam tuam. | Tende piedade de mim, ó Deus, na vossa grande bondade. |
Gloria Patri, et Filio, et Spiritui Sancto. | Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. |
Sicut erat in principio, et nunc, et semper, et in saecula saeculorum. Amen. | Assim como era no princípio, agora e sempre, e por todos os séculos dos séculos. Amém. |
Repete-se a antífona:
Aspérges me, Dómine, hyssópo, et mundábor: lavábis me, et super nivem dealbábor. | Aspergi-me, Senhor, e serei limpo, lavai-me e serei mais branco do que a neve. |
Se o enfermo quiser confessar-se, atenda-o e absolva-o. Se não pedir a confissão, procure despertar nele um ato de contrição perfeita. Havendo tempo, fale brevemente sobre a eficácia e a força desta bênção. Instruindo o enfermo, convide-o a invocar, ao menos no coração, o santíssimo nome de Jesus, a aceitar de boa vontade os incômodos e dores da enfermidade, em expiação da vida passada, a oferecer-se a Deus, disposto a aceitar o que for de sua vontade, mesmo a morte, com paciência, em satisfação das penas merecidas pelos seus pecados.
Procure consolá-lo com palavras que possam tocar o coração, despertando nele a esperança de receber da bondade de Deus a remissão das penas e a vida eterna.
Depois dirá:
V. Adjutórium nostrum in nómine Dómini. | V. A nossa proteção está no nome do Senhor. |
R. Qui fecit cælum et terram. | R. Que fez o céu e a terra. |
Antífona
Ne reminiscáris, Dómi-ne, delícta fámuli tui (fámulæ tuæ): neque vindictam sumas de peccatis ejus. | Não vos lembreis, Senhor, das faltas do vosso servo (da vossa serva) nem o (a) castigueis por seus pecados. |
Kýrie, eléison. | Senhor, tende piedade de nós. |
Christe, eléison. | Cristo, tende piedade de nós. |
Kýrie, eléison. | Senhor, tende piedade de nós. |
Pater noster (secreto) | Pai nosso (em voz baixa) |
V. Et ne nos indúcas in tentatiónem. | V. Não nos deixeis cair em tentação. |
R. Sed líbera nos a malo. | R. Mas livrai-nos do mal. |
V. Salvum (–am) fac servum tuum (ancíllam tuam). | V. Protegei, Senhor, o vosso servo (a vossa serva). |
R. Deus meus, sperántem in te. | R. Que espera em vós, meu Deus. |
V. Dómine, exáudi oratiónem meam. | V. Ouvi, Senhor, minha oração. |
R. Et clamor meus ad te véniat. | R. E chegue a vós meu clamor. |
V. Dóminus vobíscum. | V. O Senhor esteja convosco. |
R. Et cum spíritu tuo. | R. E com teu espírito. |
Orémus. Clementíssime Deus, Pater misericordiárum et Deus totíus consolatiónis, qui néminem vis períre in te credéntem atque sperántem: secúndum multitúdinem miseratiónum tuárum réspice propítius fámulum tuum N., quem (fámulam tuam N., quam) tibi vera fides et spes christiána comméndant. Vísita eum (eam) in salutári tuo, et per Unigéniti tui passiónem et mortem, ómnium ei delictórum suórum remissiónem et véniam cleménter indúlge: ut ejus ánima in hora éxitus sui te júdicem propitiátum invéniat et, in Sánguine ejúsdem Fílii tui ab omni mácula ablúta, transíre ad vitam mereátur perpétuam. Per eúmdem Christum Dóminum nostrum. R. Amen. |
Oremos. Deus de bondade, Pai inclinado à misericórdia, vós, que sois a única consolação e não quereis ver perecer nenhum daqueles que creem e esperam em vós, olhai benevolente, em vossa infinita compaixão, o vosso servo (a vossa serva) que se recomenda a vós por sua fé sincera e sua esperança cristã. Visitai-o (a) com a vossa salvação. Pelos méritos da paixão e da morte de vosso Filho único, absolvei-o (a) de todos os seus pecados e concedei-lhe o perdão cheio de clemência, para que a sua alma, ao deixar esta terra, encontre em vós um juiz benigno e, purificada de toda mancha pelo Sangue de vosso Filho, mereça passar deste mundo à vida eterna. Pelo mesmo Cristo, nosso Senhor. R. Amém. |
O enfermo ou um dos ajudantes presentes reza o Confiteor. Depois o sacerdote diz Misereátur e Indulgéntiam.
Confiteor Deo omnipotenti, Beatæ Mariæ semper Virgini, Beato Michaëli Archangelo, Beato Ioanni Baptistæ, Sanctis Apostolis Petro et Paulo, et omnibus Sanctis, quia peccavi nimis cogitatione, verbo et opere: mea culpa, mea culpa, mea maxima culpa. | Eu, pecador, me confesso a Deus todo-poderoso, à Bem-aventurada sempre Virgem Maria, ao Bem-aventurado São Miguel Arcanjo, ao Bem-aventurado São João Batista, aos Santos Apóstolos São Pedro e São Paulo, e a todos os Santos, porque pequei muitas vezes, por pensamentos, palavras e obras, por minha culpa, minha culpa, minha máxima culpa. |
Ideo precor Beatam Mariam semper Virginem, Beatum Michaëlem Archangelum, Beatum Ioannem Baptistam, Sanctos Apostolos Petrum et Paulum, et omnes Sanctos, orare pro me ad Dominum Deum nostrum. | Portanto, peço e rogo à Bem-aventurada sempre Virgem Maria, ao Bem-aventurado São Miguel Arcanjo, ao Bem-aventurado São João Batista, aos Santos Apóstolos São Pedro e São Paulo, e a todos os Santos que rogueis por mim a Deus Nosso Senhor. |
E o sacerdote diz no singular:
Misereátur tui omnípotens Deus et dimíssis peccátis tuis, perdúcat te ad vitam ætérnam. R. Amen. | O Deus todo-poderoso tenha compaixão de ti, perdoe os teus pecados e te conduza à vida eterna. R. Amém. |
Indulgéntiam, ✠ absolutiónem, et remissiónem peccatórum tuórum tríbuat tibi omnípotens et miséricors Dóminus. R. Amen. | O Senhor ✠ todo-poderoso e cheio de misericórdia te conceda a indulgência, e a remissão dos teus pecados. R. Amém. |
E acrescenta:
Dóminus noster Jesus Christus, Fílius Dei vivi, qui beáto Petro Apóstolo suo dedit potestátem ligándi, atque solvéndi, per suam piíssimam mi-sericórdiam recípiat confessiónem tuam, et restítuat tibi stolam primam, quam in Baptísmate recepísti; et ego facultáte mihi ab Apóstólica Sede tribúta, indulgéntiam plenariam et remissiónem ómnium peccatórum tibi concédo. In nómine Patris, et Fílii, ✠ et Spíritus Sancti. R. Amen. | Nosso Senhor Jesus Cristo, Filho de Deus vivo, que deu ao bem-aventurado Pedro, seu apóstolo, o poder de ligar e desligar receba, em sua grande misericórdia, a tua confissão, e te restitua a primeira veste que recebeste no teu Batismo. E eu, em virtude da faculdade a mim concedida pela Sé Apostólica, te concedo a indulgência plenária e a remissão de todos os teus pecados. Em nome do Pai e do Filho ✠ e do Espírito Santo. R. Amém. |
Per sacrosáncta humánæ reparatiónis mystéria remíttat tibi omnípotens Deus omnes præséntis et futúræ vitæ pœnas, paradísi portas apériat, et ad gáudia sempitérna perdúcat. R. Amen. | Pelos sacrossantos mistérios da nossa Redenção, Deus todo-poderoso te perdoe toda pena na vida presente e na vida futura, abra-te as portas do paraíso e te conduza às eternas alegrias. R. Amém. |
Benedícat te omnípotens Deus, Pater, et Fílius, ✠ et Spíritus Sanctus. R. Amen. | Abençoe-te Deus todo-poderoso, Pai e Filho ✠ e Espírito Santo. R. Amém. |
Quando se dá esta bênção apostólica a mais doentes ao mesmo tempo, tudo se diz como acima, mas no plural.

